UM POETA TRISTE

Está no livro dos 20 melhores Poetas com o prêmio Luso-Brasileiro 2012/2013.

 

Ser um poeta triste,

É quando os desejos se esvairão dos pensamentos,

Assim diz o poeta:

- Ah como eu tenho sofrido, como eu tenho chorado,

Tenho perdido a alegria em ver o céu em noites de lua,

Tenho esquecido a beleza do horizonte,

Tenho repugnado os amigos os amores e as canções,

Tenho meditado como será um herói no outro lado do seu anterior,

Do outro lado dos mistérios ou com tudo isso fora da mente,

Todo desprezo que assola e que rodeia,

Que os faz chorar ate mesmo quando dorme.

E continua o poeta a falar:

- Eu sou um poeta triste quando me ignoram,

Quando me humilham,

Quando me faz sentir incapaz de resurgir no meio do meu próprio território,

Dentro do meu próprio domínio e espaço,

Ah como eu queria uma manhã de felicidade,

Uma tarde de descontração e descanso,

Uma noite de desejos mesmo que fosse solitária, mas real.

É a vida levando os sonhos estrada a fora talvez sem destino,

É a esperança se desfazendo dia a dia como um tsunami no intimo da memória,

Como um turbilhão desgovernado rumo ao porto perdido no meio do nada,

Esquecido por alguém que deveria ficar a espera do amor,

A esperança e do perdão.

A espera dos desejos de vivenciar juntamente com a família,

Nada é capaz de mudar o destino, nada é capaz de exterminar a poesia,

 Mas entristece o poeta e transporta para a planície de uma vereda,

Próximo ao abismo, andando a passos lentos, pernas trêmulas e palavras presas,

Sobre sombras ofuscantes,

Com o sentimento de não haver mais desejos,

De não haver mais o que comemorar nem mesmo em sonhos.

 

Autor: Isael Costa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


ANTOLIOGIA, NOSSA HISTÓRIA NOSSOS AUTORES

Grupo Editorial Scortecci 2012

 
Eu não quero me sentar sobre o colo da noite, porque o sereno que molha o vento umedece os meus lábios e eu fico subitamente confuso. Eu tento me aproximar, mas não cosigo ver, estou viajando longamente à procura do nada, porque tudo é a falta que você me faz.
Minha mente insiste em centralizar-se nos reflexos e pensamentos que movem os meus desejos. Ao cair da tarde, me preparo à espera do anoitecer, as luzes se acendem, vou para o quarto coloco para tocar uma canção de amor, deslizo as minhas mãos suavemente sobre a fronha do meu travesseiro, e logo vem à solidão e o desejo de ter você, de sentir seu cheiro, de estar sobre afagos e poder trocar beijos e caricias, mas sinto só, apenas em pensamentos. Daí então o silêncio toma conta do meu espaço, os meus ânimos são contidos as luzes se apagam e lentamente eu me entrego a força cansaço.
Quero adentrar na atmosfera do universo, me esconder nas profundezas da lua, depois de me despir, me atirar sobre o satélite, preparar o meu ultimo strip-tease só para ter meu nome em uma nave espacial, sobre uma cortina de fumaça. Já fiz os cálculos da mente, já vivi um peixe nas entranhas de uma baleia, já me aproximei do abismo desejado só para descobri-lo, andei até chegar onde tem de tudo, mas tudo ainda é nada. No labirinto da vida, ou na cratera da morte, nos desejos dos pensamentos, ou na maldição do pecado eu me entrego. Todo o sofrimento do mundo é o quanto sofro por não ter o sonho do amor que um dia dediquei a ela. 
Vejo você no brilho do meu pássaro de cristal, desejo você como uma gota de orvalho que desabrocha no olha da saudade, e até posso ver o pousar do arco-íris ao cair da tarde, triste e usando a bengala do tempo. Ouço vozes, gritos, sussurros e gemidos, só não vejo você, volto ao meu de cristal, já é noite e são apenas vultos.
Ao amanhecer eu vou seguindo as margens do rio, eu estou pensando em você, estou contemplando com a saudade, quando as nuvens cobrem parte dos raios do sol, o vento sopra levemente e para aumentar o desprezo caem os pingos de chuva como se fossem lágrimas. Calmamente eu vou até o leito do rio e mergulho na tristeza.
Em seguida retorno e penso nos mistérios que faz o destino, me deito sobre uma rede para girar os pensamentos e esquecer as mágoas, para ver você em um sonho, ou para ter comigo nos seios da vida, em uma longa estrada em pleno deserto, ou até mesmo dar-te um abraço com emoção de despedida.
Como se fosse dois corpos nas vielas da vida, as mentes nas asas da saudade, o pensamento elevado ao poder da graça marcada nas linhas pulsantes do destino, e a liberdade nas atitudes humana. Assim às vezes eu minto ao falar que sou calmo quando você rir, e assim eu chego a causar enganos, eu sempre faço olhares redundantes, tudo isso porque eu adoro o calor da guerra na espada cortante de um guerreiro, ou nas palavras de um sábio rei.
Eu adoro a visibilidade na terra, a saudação das nuvens voltadas para o cometa anunciando o toque de uma harpa com o sincronismo do coral de seres angelicais, e os mistérios que contemplam vida.
 Eu quero qualquer coisa que contemplam a visão de um olhar a olhos nus, como a invisibilidade do vento nas mudanças climáticas do planeta azul, qualquer coisa que não tenha rimas, como o estouro do trovão, qualquer coisa que rima com a liberdade da vida, ou qualquer coisa que não se curve diante de sombras abstratas do enigma de com poeta. Eu estou em todos os lugares por onde tu andas, eu faço parte da sua vida, estou na tua memória, na tua alegria e até mesmo nas horas de loucura, e por mais que você insiste em dizer que tudo é ilusão, por mais que você não respire o ar da saudade quando está longe de mim, eu continuo a ser a sua outra metade, eu estou na sua cama, eu sou o conforto nos seus sonhos, quando você olhar no espelho e não ver o seu reflexo é porque ele está comigo, quando você sentir o frio da madrugada lembre-se do calor das minhas mãos sobre o seu corpo nu.
Não sofra, ame. Não desista, faça uma comemoração, mas se chorar não cubra as córneas. Ate os sábios choram quando não consegue decifrar os sonhos e desejos de um ancião. Não tenha sofrimentos incontidos, faça o seu próprio tempo, siga o seu caminho, mesmo não sendo profeta busque viver as realizações, e se precisar chorar, chore, porque quando há sentimentos as lágrimas rolam até nos olhos dos poetas.
Eu não sei por que reluto tanto contra o regresso, sinto que está sempre em contradição, pois o redemoinho que me leva é o mesmo vento que me conduz de volta. Á fauna e a flora em extinção, terra e ar embriagado pela ação do homem, enquanto a minha mente flutua por conflitos humanos, nada tenho para oferecer, nada sou para questionar, eu penso que estou entre o inicio e o fim, penso que sou o verso do reverso, entre o tudo e o nada, e na dúvida, sinto a controvérsia por ter mais que tudo, a dádiva e o privilégio da vida.
 
Autor: Isael Costa.